Domingo, 28 de Agosto de 2005
Deixai as alma do inferno falarem
Que de nada sabem deste mundo.
Deixai os demónios chorarem
Que do tempo só querem tudo.
E sorrindo vai ligeiro
Cheio de mentiras
O demónio da noite.
E vai ele
Falando
e falando
De mansinho
de
mansinho
Pensando em tudo o que a humanidade diz.
Pensando até que o ser existe porque existe,
Mas no fim
No fim longínquo que lhe corre na alma
No fim que transborda a sua aura
É o fim que nunca vai ter.
Está simplesmente esquecido nas muralhas,
Do trono da humanidade.
Já não vive
Arrastasse
Pelo quarto fora da porta da morte.
Porque era tudo o que o ele queria.
Demónio que vive na escuridão que criou
Respira os sonhos dos vivos,
Consome a dor dos crentes,
Porque ele não acredita em nada.
Ele está a caminhar,
Na estrada que criou,
Porque não quer ser de outra maneira.
Porque sorri e ri,
Pelo sofrimento dos outros seres,
Seres esses muito melhores que ele.
Porque constroem cada dia com amor,
E ele,
Nada tem em troca.
Apenas a mentira do mito que criou à sua volta.
Vive no sonho tresloucado do passado
E deseja um cheiro a imaginário.